18.11.09

Resposta


Ela brilhava no escuro. Brilhava muito. Brilhava mesmo na luz do ténue sol de meio dia.

Ela era um livro aberto. Todos sabiam seus sentimentos bem antes dela. Menos ele, que se recusava a lê-la.

Ela perdera um longo tempo da vida amando-o. Abria o jogo, falava com todas as letras que o amava. E ele continuava sem entender.

Um dia, ele disse: "Também te amo". Ela se alegrou e se jogou em seus braços. Mas ele passou a perna nela, e demorou longos anos para aceitar tal amor.

Ela se entregou, ele continuava sem lê-la. Ela se abria, chorava, gritava, pedia ajuda a outras pessoas. Todos sabiam do desespero da menina! Menos ele.

E ele resolveu aceitar o amor, mas já era tarde demais. Ela acabou se enrolando, chamando-o por outro nome. O tempo que ele fizera ela esperar tinha sido longo, ela teve de se contentar com outros. Mas ele não aceitou.

"Você é o problema! Você odeia os outros! Seja feliz sozinha!" - disse ele, com amargura. Ela se entristeceu, mas ela também esqueceu.

Agora, ele diz que o velho eu dele morreu. Ela sente pena. O velho eu era um eu tão lindo, tão lindo...

4.11.09

Apelo


Em poucas palavras, gostaria de lhes dizer como ocorre a destruição de um sonho:


Ela vivia por aquilo desde sempre. E aquilo chegou tão perto dela, mais perto do que nunca. Ela esticou a mão e quase tocou. Mas aí veio uma mão maior e a puxou, dando várias desculpas e obrigando-a a manter distancia. Ela manteve distancia. Mas aquilo começou a distanciar, diminuir, só ela precisava mais que tudo. Com as poucas forças que lhe restavam, começou a arrancar as cordas que a prendiam. Outras mãos apareciam para empurra-la, enquanto ela encontrava novas mão para ajuda-la. O fim ela só podia imaginar. Imaginava abraçada com aquilo, chorando de alegria. Mas era só imaginação.