7.1.09

Memória de um passageiro de avião

A vontade que eu tenho agora, ao olhar pela janela do avião, é de pular e ver o que acontece.
Está escuro, as nuvens estão num tom de cinza agradável logo abaixo da janela. Estão todas juntas, lembram um mar de travesseiros. E a lua, conhecida bola de queijo, está ali na frente, do tamanho de uma uva passa.
Se eu pulasse, iria flutuando aos berros até minhas costas tocarem a umidade das nuvens. Depois, numa fração de segundo, me viraria de barriga baixo e começaria a voar dentro de algumas Cirrus, Cumulos, Nimbus e Estratos.
Abrindo bem os braços, sentindo gotas de água e vento no meu rosto, iria me encher nas nuvens de algodão doce e beber o máximo nas de guaraná. Me pintar de rosa, azul, vermelho, nas nuvens coloridas do por do sol. E depois que me cansasse, iria descer.
Fazer força para baixo e cair em alta velocidade, em direção a um mar inexistente, com toda a adrenalina possível e um sorriso no rosto. Por que demorei tanto a fazer isso?
Quando estiver a um centímetro de estatelar no chão, farei a curva e voltarei a subir, debochando das lentas águias que eu deixara para trás. E sentindo facadas do vento frio, vou até a lua para pegar o queijo que eu há pouco admirava.
Depois de toda a aventura um descanso é muito bem vindo, então o melhor a fazer seria planar em direção às nuvens e me repousar na maior e mais fofa que poderia ver.
Pena que aeromoça já percebeu que estou forçando a porta.

3 comentários:

Gárgola disse...

Genial!!! Sabe, você me alegrou o dia! Tá fazendo um frio doido, o céu tem um tom cinza claro leitoso, mas de repente comecei a ver nuvens cor de rosa. Será o efeito desse chá que tomei no café ou de imaginar a cara da aeromoça?

Bxxxz

Anônimo disse...

Ah que pena minha cara! Sempre tem alguém a estragar os nossos planejes e planados; pergunte para ela se na próxima vai aceitar com paraquedas.

Nane disse...

A partir de hj, chamarei minha mãe de AEROMOÇA!=X